
Iniciamos o estudo aprendendo sobre o Profeta Daniel, um jovem valente e fiel ao Senhor, que tem muito a nos ensinar, edificando nossa fé.
Venha você também participar desse rico Ciclo de Estudo e seja um exegeta*, pois como cristãos, precisamos estar aptos a responder qualquer que seja o questionamento sobre a palavra de Deus.
* Aquele que se aprofunda no texto para entendê-lo melhor, compreender para quê foi escrito.
Acompanhe o estudo:
1. INTRODUÇÃO
Daniel (significa Deus é o meu juiz) – foi estadista e profeta durante século VI a.C. Israelita de ascendência nobre, foi deportado para a Babilônia por Nabucodonosor para prestar serviço real. Recebeu o nome babilônico de Beltesazar (significa protege a vida do rei).
2. CONTEXTO HISTÓRICO
2.1 Autoria e Data
Para alguns doutrinadores do séc. XX a opinião era de que o Livro tenha sido provavelmente escrito no século VI a.C. durante a vida de Daniel.
Ocorre que os 6 primeiros capítulos do Livro são escritos em 3ª pessoa, enquanto que o restante estaria escrito em 1ª pessoa, assim sendo, alguns doutrinadores acreditam que a edição final possa ter sido terminada por alguém que não seja o próprio Daniel.
Na atualidade muitos estudiosos acreditam que o Livro teria sido composto no século II a.C. Diante disso o Livro perderia sua autoridade profética, e tornar-se-ia uma obra pseudônima que emprega a vaticinium ex eventu (ou seja, profecia narrada depois que o fato já aconteceu). Alegam que Daniel 11:29-39 se referiria a 2ª Campanha militar de Antíoco em 167 a.C.
Ainda sim para outros estudiosos, apesar de datarem o Livro no século II a.C. acreditam que as narrativas dos primeiros 6 capítulos sejam do século III a.C.
2.2 Historicidade
Existe muita dúvida e há muitos debates sobre a historicidade do Livro, pois:
a) Daniel 1:1 – “no 3º ano do reinado de Jeoaquim...” contradiz Jeremias 25:1, que sincroniza o 1º ano de Nabucodonozor com o 4º ano do reinado de Jeoaquim.
Há teoria de que Jeremias utilizou o método judaico de cálculo cronológico, enquanto que Daniel usou o sistema babilônico (sendo esse último o 1º ano de reinado era apenas de “ascensão”, depois que começava a contar a partir do 1).
b) Daniel 5:30 e 9:1 – “Dario, o Medo” esse nome é desconhecido para os historiadores.
Para alguns estudiosos, esse nome seria um produto de uma combinação de tradições confusas.
Para outros, trata-se da pessoa de Gubaru ou Ugbaru (chamado Gobrias nos escritos gregos), pois na época esse general teria assumido como Governador da Babilônia (em textos acadianos).
Há outras correntes de estudiosos que acreditam que Dario tratava-se de Ciro, O Grande, alegando que na época reis que governavam duas nações usavam nomes diferentes.
Por fim, há ainda estudos de que Ciro, O Grande por 14 anos teria governado por meio de um vassalo, que seria denominado Dario, o Medo.
2.3 Contexto ampliado
O Livro trata de acontecimentos que ocorreram na história entre 605 a.C. até meados de 530 a.C., ou seja desde que Daniel e seus amigos foram levados por Nabucodonosor, até ao 3º ano do reinado de Ciro, que conquistou a Babilônia.
Apesar do Livro contar a história no período do reinado de Nabônides, o Livro fala sobre o rei Belsazar, filho de Nabônides e co-regente.
No ano de 539 a.C. a Babilônia cai, e o persa, Ciro, O Grande, domina a Babilônia.
Após a morte de Ciro, seu filho Cambises assumiu; após o suicídio deste, Dario Histaspes passa a comandar o Império Persa, e posteriormente seu filho Xerxes.
Dario III assumiu o poder em 336 a.C. e em 333 a.C. o Império Persa é sucumbido por Alexandre, O Grande.
Com a morte de Alexandre em 323 a.C, o Império é dividido em quatro: Trácia, Macedônia, Ptolomaico e Selêucida. (Daniel 7:6). Por fim em 200 a.C. Antíoco III (Império Selêucida) domina a Palestina e os judeus são novamente oprimidos.
3. ANÁLISE LITERÁRIA
3.1 Gênero
Para os doutrinadores há dois tipos de gêneros: narrativa palaciana e profecia apocalíptica. A 1ª parte contém 6 narrativas de Daniel e seus amigos (Hananias, Misael e Azarias). A 2ª parte é caracterizada pela profecia apocalíptica, pois traz certo tipo de escatologia (grego – escato “coisas do fim, finais dos tempos” – logia “estudo”) e também traz um tipo de revelação.
3.2 Língua
Até hoje não se sabe por qual motivo o Livro foi escrito em duas línguas (hebraico e aramaico). Há teorias de que os capítulos 2-7 seriam separados e há teorias de que o livro era todo em aramaico, e parte foi traduzida para o hebraico para assegurar a canonicidade do livro. (grego cânon – vara, medição)
3.3 Estilo
Alguns estudiosos não dão atenção ao estilo de Daniel, classificando-o de uma prosa hebraica muito rude, diferentemente de outros escritos do AT (Antigo Testamento)
O Livro possui enredo simples, diferentemente das narrativas de José e Davi.
4. MENSAGEM TEOLÓGICA
- Deus é soberano! Ele prevalece e no fim suplantará o mal humano.
- O orgulho humano leva à destruição.
- Deus pode dominar o mal e trazer justiça.
- Obediência a Deus nos faz vitoriosos.
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